30 dezembro, 2012

Memórias.

Ele era apaixonante. Fazia de mim o que queria. Na cama, no chão, na cozinha.
Era um tipo de amor que não adormecia depois de fazer amor. Olhava-me como se me visse pela primeira vez. Parecia todos os dias descobrir algo em mim que o fazia olhar-me de coração quente e beijar-me lentamente. E essa forma, antes de me beijar, de os lábios se tocarem, e falarem a nossa linguagem, apaixonava-me.
Esse tipo de amor fazia-me acordar com um sorriso na cara enquanto o sol batia na nossa cama. Beijava-o dos pés aos lábios, enquanto dormia. Sabia-o de cor, e, na ausência, imaginá-lo arrepiava a minha pele e reconfortava o meu coração. O meu futuro iluminado, o meu último nome premeditado. Não sabia não sorrir.

Eu já tive esse amor. Aquele amor que faz esquecer todos os anteriores. O que deixa cicatriz no coração e a alma perdida por todos os lugares onde foram criadas memórias.
E a minha memória de ti é a maior que tenho. A que me deu vida e a que me faz escrever antes de adormecer.

Sem comentários:

Enviar um comentário